Coluna de 20 de janeiro

Uma explicação inicial: substituí o colunista Paulo Alceu no Notícias do Dia no período de 29 de dezembro a 18 de janeiro. Com a volta do titular, fiquei sem coluna por um dia – o 19 de janeiro. Por decisão da diretoria do jornal, passei a ter minha própria coluna no ND, com o título Ponto Final, publicada sempre na penúltima página. É esta, a primeira, que está reproduzida abaixo.

Até que o novo portal da RIC/Notícias do Dia contemple todas as colunas — e blogs dos colunistas — continuarei reproduzindo aqui a coluna, tal e qual sai no jornal impresso, todos os dias. E a razão é muito simples: muitos que lêem este blog não moram na região metropolitana de Florianópolis e não têm acesso ao conteúdo do ND. Daí que podem ler os meus textos neste espaço.

Não deixe o samba morrer

Nega Tide teve uma despedida de estrela. A sala de velório do Cemitério São Francisco de Assis tornou-se pequena para tanta gente que queria dar adeus à grande sambista catarinense, símbolo da alegria, do talento e da beleza do Carnaval florianopolitano.

O caixão foi retirado para a rua e, à sombra de uma árvore, sambistas de todas as escolas formaram uma roda de samba e cantaram o hino da Copa Lord (“Quem vem lá / De amarelo, vermelho e branco / Levantando a poeira do chão”), composição imortal do Avez-Vous, criada em 1965.

A seguir, o padre Vilson Groh, que há muitos anos atua na comunidade do Morro da Caixa, comandou as orações, recitadas pela maioria dos presentes. Logo a liturgia católica seria substituída de novo pelos sons dos tamborins, dos surdos, dos pandeiros e das vozes dos amigos e admiradores da mulher que sintetizou o Carnaval de Florianópolis.

O corpo de Nega Tide subiu a colina do Cemitério São Francisco de Assis ao som do clássico “Não deixe o samba morrer”, de Alcione, entoado pela maioria das pessoas presentes aos atos fúnebres. Nem o forte calor das 15 horas impediu a emoção, a tristeza e a alegria. A morte da eterna Cidadã-Samba foi, sim, uma celebração do Carnaval no que ele tem de melhor: a autenticidade cultural.

Happening

O enterro da sambista Nega Tide foi um verdadeiro happening cultural, social e político de Florianópolis. Não se tem notícia de sepultamento recente que tenha reunido tanta gente da cidade.

Força política

Fortemente ligada ao PMDB, tendo sido até candidata a vereadora, Nega Tide recebeu o adeus de algumas das personalidades marcantes do partido, como os ex-governadores Paulo Afonso, Casildo Maldaner e Eduardo Pinho Moreira. O prefeito Dário Berger e o vice-prefeito João Batista Nunes também compareceram ao Cemitério São Francisco de Assis.

Dom do samba

Ainda estiveram no velório e enterro representantes de outros partidos, como PP, DEM, PPS e PT. A Cidadã-Samba tinha o dom de atrair a atenção de todos, pela capacidade de comunicação e, principalmente, pelo enorme carinho que devotava à cidade, aos amigos, admiradores e, até, aos adversários políticos. 

Ex-chefe

Quem também apareceu no enterro de Nega Tide foi o ex-secretário Mário Cavallazzi. A sambista prestava serviços ultimamente à Secretaria de Turismo da Capital, chefiada por Cavallazzi até o início deste ano. Ela era funcionária pública aposentada do Estado.

Cerveja nas rodas

Como em qualquer evento de samba, a despedida de Nega Tide também teve muita cerveja circulando pelas rodas que se formaram. Não apenas porque cerveja combina com a música popular, mas também porque era uma companheira indispensável naquele momento da tarde, quando os termômetros marcavam cerca de 33º C.

Sambas unidos

A letras dos sambas enredos das cinco escolas de Florianópolis já estão disponíveis no site da prefeitura http://portal.pmf.sc.gov.br/entidades/turismo/. Para ouvir os sambas é preciso baixar as músicas, que estão em formato MP3.

Pente-fino

O controle das contas públicas na própria origem – a prefeitura – é o segredo para evitar problemas com a Justiça e com o Tribunal de Contas. Em Biguaçu, conforme o prefeito José Castelo Deschamps, nenhuma despesa é realizada sem previsão orçamentária, passando a seguir por rigorosa análise da procuradoria municipal.

Irresponsáveis

Seis motoristas foram presos em estado de embriaguez no fim de semana. Mas esses foram os que Polícia Rodoviária Federal conseguiu flagrar. Nem é bom pensar nos outros cretinos que seguem impunes porque não são parados nas blitzen da PRF.

Centenário de ARS

O dia 18 deste mês (segunda-feira) assinalou o 99° ano de nascimento do ex-governador Aderbal Ramos da Silva, que faleceu em 1985. É de se esperar que a agenda do futuro governador, que assumirá em 1° de janeiro de 2011, inclua uma programação especial relativa ao centenário de ARS, um dos grandes caciques políticos do século 20.

Amor e Humildade

O Centro Espírita Amor e Humildade do Apóstolo completa 100 anos de existência nesta quarta-feira. É o terceiro mais antigo do Estado e desenvolve atividades espirituais e sociais. É um dos mais importantes centros de solidariedade de Florianópolis.

Trânsito melhor

Apesar de uma solução emergencial – a abertura de uma faixa provisória dentro de um terreno – automóveis voltaram a tumultuar o trânsito ontem na Avenida Mauro Ramos. Todos em fila para abastecer no único posto que vende combustíveis a preços muito mais baixos do que a maioria. A falta de cidadania dos motoristas é o objetivo da campanha “Quem faz o trânsito melhor é você”, da RIC em parceria com a Intelbras.

15 comentários sobre “Coluna de 20 de janeiro

  1. De outro ângulo:

    BOm dia e parabéns pelo retorno à mídia impressa.

    O caso do posto de gasolina deve ser visto de outro ângulo. Afinal, ele vende mais BARATO. Isto significa que os outros é que vendem mais CARO. Eles que que enriquecem de forma um tanto quanto indecente.
    Vamos dar força para os honestos, não para os desonestos.

    Abs

  2. Coitada da Nega Tide, não merecia “visitas” como as de Paulo Afonso, Dário Berger e Cavalazzi. Merece, sim, homenagens de pessoas decentes.

  3. Damião!

    Parabéns à RIC de ter te contratado. Passo agora a ser assinante do jornal.
    Boa sorte na nova empreitada!

  4. Velho amigo e colega Damião,
    Parabéns pela volta periódica à mídia impressa. Considerei sempre um desperdício para todos nós o teu talento como escritor e jornalista fora do nosso dia-a-dia de leitura. A RIC ganha, todos ganhamos, em conteúdo, informação e ética.
    Continue assim! Um quebra-costelas!

  5. Parabéns, Damião, pela nova coluna jornalística ! Os jornais diários necessitam de bons jornalistas, de analistas do nosso dia-a-da, pois muito de seus leitores não tem acesso aos blogs e colunas virtais. Ganha a empresa jornalística com a contratação, mas principalmente seus leitores com a qualidade da informação. Em todo mundo é assim, por que seria diferente em Florianópolis? Só porque alguns insistem em se mostrar diferente ou porque gostam de viver com a bílis à mostra?
    Esse mosquito parece que gosta de ser indelicado…

  6. Pelo amor de Deus, Damiao.
    Nao deixa este idiota do Mosquito se manifestar aqui nao. O nivel cai assim.
    Sujeito invejoso, estupido, mentiroso, frustrado,abandonado, barraqueiro, enfim, um cara que decepcionaria qualquer mae.
    Viram a ultima dele? Anunciou uma entrevista com a mae do Pavan, depois disse que o Pavan proibiu a mae de falar. Resumindo, a familia Pavan ainda sente a perda da matriarca, que faleceu 6 meses atras. Idiota, nem a familia ele perdoa.
    A vida dele resume-se a adjetivar pessoas que nao gosta com palavras de baixissimo nivel, pra tentar se sentir melhor.
    Pois quem e’ Amilton Alexandre? Tem emprego? tem familia? alguem o ama?
    Coitado.
    Nao liga ,Damiao. Parabens pela conquista.

  7. O Diego aí de cima me lembrou, pela forma de escrever e de dar o seu recado (e pelo AMOR que tem pelo tal Mosquito), de uma certa jornalista do norte da ilha? Alguma semelhança ou mera coincidência?

  8. Pois é Diego. Imagina o Pavan falando da netinha. O Pavan respeita o povo de Santa Catarina. Tirei onda com o vagabundo, que transformou uma emissora de TV pública na TV da familia dele.
    Respeito. Quem respeita quem? A mídia chapa branca? Vai te roçar nas ostras ou vai tomar chá com meu amigo Damião.

  9. Se fores, realmente, amigo do Damiao.
    Pra que inimigos, num e’ nao?
    Vai fazer uma esteira, vai, o morsa. Antes que esse coracao nao de mais conta de tanta massa.

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