A velocidade da desconstrução

Mais uma bela casa do centro da Capital foi ao chão na calada da noite, rapidinho antes que alguém percebesse. Não era patrimônio histórico, mas tinha uns 50 anos de presença marcante no cenário urbano. Ficava na curva da rua José Jacques, subida para o Floph. Ali funcionou o diretório do PP e também uma unidade da OAB-SC.

A velocidade das demolições no centro de Florianópolis é superior à velocidade das construções. Isso quer dizer, na prática, que a cidade está sendo desconstruída em ritmo chinês: alguns casarões vão ao chão, são cercados por tapumes e ficam assim durante muito tempo. Outros cedem lugar a estacionamentos. Na prática, está surgindo uma nova Florianópolis, desértica de referências. Vamos perdendo aquilo que o professor Paulo Fernando Lago chamou, um dia, de “patrimônio da saudade”.

Mídia em festa

Foi impecável, divertida e colorida a festa de encerramento do ano promovida pela Associação Catarinense de Imprensa, sábado, no Sesc Cacupé. Pelo menos 100 convidados estiveram no almoço de confraternização, num clima de alegria e também de inúmeras homenagens. Lá estavam alguns veteranos da nossa mídia, como Adma Nader e Osmar Schlindwein, dois dos fundadores da Casa do Jornalista (1968).

Boi de mamão…

Fim de ano de bons livros chegando ao mercado. Depois de Florianópolis – Memória Urbana, em 3ª edição, revista e ampliada –, da professora Eliane Veras da Veiga, nesta sexta–feira (17/12) será “O Boi de Mamão – Folguedo Folclórico da Ilha de Santa Catarina – Introdução ao Seu Estudo”, do professor Nereu do Vale Pereira.

… e suas origens

O livro do experiente pesquisador ilhéu será lançado às 16h30, no Largo da Alfândega, como parte da programação do Encontro Bois de Norte a Sul do Brasil, promovido pela Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes. Nereu do Vale Pereira foi buscar na Galícia, Espanha, as origens desse folguedo e sentido das figurações, cujas razões e raízes o autor comprova na obra que chegará ao público esta semana.

Trambolhos

“Como você lembrou que os amarelinhos cresceram, transformando–se em amarelões, completo: amarelões, marmanjos e … desocupados, autênticos vazios…”. Do leitor e amigo Paulo Stodieck, a propósito do desaparecimento dos simpáticos e práticos ônibus executivos (amarelinhos), substituídos pro trambolhos que pioram a mobilidade.

Segurança

Rejane Varela, que é vice-presidente do Conseg (Conselho de Segurança) de Canasvieiras, traz a boa notícia, confirmada na noite da última sexta-feira, em reunião da entidade: as câmeras de monitoramento eletrônico do bairro serão instaladas até março. Mais segurança para os moradores e comerciantes.

Vidal

Um dos leitores mais participantes desta coluna, Sérgio Luiz da Silva, observa a propósito do misto de calçadão e veículos em que está transformada a rua Vidal Ramos: “Aconselho o comerciante a conhecer Nice (França) e visitar a região central. Mudará de opinião, certamente. O movimento comercial das áreas de ‘calçadões’ proporciona vitalidade à cidade. Os espaços destinados às pessoas são a essência do Centro. A circulação de veículos (mesmo de moradores) obedece a critérios”.

Estética. Fim de ano inspirado nos jardins da Fundação Cultural Badesc

Natal e arte

Os jardins da Fundação Cultural Badesc, que funciona no casarão que pertenceu ao presidente Nereu Ramos, está decorada especialmente para as festas do fim de ano. A partir de amanhã, o Coral da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis se apresentará nas sacadas do prédio, sempre às 18h, até quinta-feira (16/12).

Jingle Bells

Por falar em clima de Natal, a população da Grande Florianópolis poderá assistir, gratuitamente no Parque de Coqueiros, próximo domingo, às 20h, a Apoteose de Orquestras, um evento maravilhoso, com seis orquestras catarinenses reunidas. A apresentação ainda terá a presença de seis corais para interpretar os clássicos natalinos.

A razão…

Sobre nota publicada no fim de semana, a propósito da carência de mão de obra para o setor de hotelaria, um experiente advogado trabalhista observa o seguinte: “A dificuldade na contratação de mão de obra no setor da hotelaria tem ligação direta com o salário oferecido. O piso (R$ 595,00) da categoria é baixo, talvez o pior da praça, e a possibilidade de contratação de boa mão de obra diminui consideravelmente”.

… do mercado

Finaliza o advogado: “Entra ano e sai ano, e as negociações coletivas não evoluem com salário mais atraente, fazendo com que os possíveis interessados – mesmo com formação na área de turismo e hotelaria – corram para outros setores. Sem que um salário razoável seja apresentado, a queixa dos hoteleiros não terá hora para acabar”.

Dormitório. Calçada em frente ao Procon: miséria humana exposta

Sem autoridade

Flagrante de uma situação que se tornou dramática no centro de Florianópolis: a histórica rua Victor Meirelles, outrora uma das mais charmosas da cidade, além de servir para estacionamento de motocicletas virou dormitório permanente de moradores de rua. O mais impressionante não é apenas a nojeira que essa gente produz. O que causa estupor, mesmo, é que ninguém faz nada para melhorar a situação.

Dilema

Não dá mesmo para entender: se a Zona Azul tem equilíbrio financeiro, como comprova o Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis), e sendo 80% de seus custos despendidos com mão de obra, por que existe a Zona Azul? Apenas para empregar 284 pessoas, é isso? Recursos da Zona Azul, caso sobrassem, deveriam ser investidos em engenharia de tráfego, para melhorar o sistema viário da cidade. Mas nem isso…

O jogo

Para o leitor Francisco Rocca, o jogo político de nomear deputados recém-eleitos para composição do secretariado estadual está errado. Ele acha que a população confiou nos parlamentares eleitos e, por isso, estes deveriam exercer seus mandatos. “Se é para beneficiar suplentes, que o governador chamasse, pois, os suplentes para o colegiado”, pondera o leitor. Mas é o jogo, Francisco, é o jogo.

Abuso. Qualquer um faz o que quer na cidade: o pedestre que se dane

Ninguém é cidadão

A situação geral do trânsito na cidade é um descalabro. Motoristas agridem a cidadania sem qualquer pudor. Estacionar sobre calçadas virou assunto corriqueiro. E ninguém aparece para punir os irresponsáveis.

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