Coluna de hoje (22/10)

Transporte sem rumo

É fato: Florianópolis não tem Plano Diretor de Transportes. Tudo é feito de forma intuitiva e de acordo com as exigências do cotidiano. O sistema integrado, por exemplo, está precisando de uma revisão total, inclusive para se adequar à questão do transporte coletivo metropolitano. Os próprios empresários do setor reconhecem que a situação geral da cidade, principalmente por conta da falta de mobilidade, está exigindo medidas urgentes.

Outra grave situação relacionada à mobilidade é a falta de projetos junto ao Ministério das Cidades. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, as prefeituras brasileiras deixaram de captar R$ 1,2 bilhão para obras como corredores de ônibus nos últimos quatro anos. Simplesmente porque não se habilitaram a receber recursos do Programa Nacional de Mobilidade Urbana.

Travessia arriscada

Pedestres se arriscam, todos os dias, nessa travessia em frente ao Hospital Oncológico Vilson Kleinübing, no Itacorubi. A coluna sugere ao Ipuf a instalação de um redutor de velocidade, antes da faixa, para garantir a segurança dos pedestres. O problema é que nesse trecho da rodovia os veículos circulam em velocidade superior a 60 quilômetros horários.

Peito?

Mensagem de leitor anônimo espinafra o colunista por causa de críticas à Guarda Municipal, que voltou a multar exaustivamente, em especial na região central da cidade. Caro amigo: multar veículos estacionados na Zona Azul sem cartão ou cartão vencido é fácil. Qualquer criança faz isso. Quero ver é peito para autuar carros-fortes estacionados em fila dupla e caminhões de carga e descarga em situação idêntica, que atravancam nossa mobilidade.

Abuso

Ninguém pode estacionar ou parar veículos no meio da via pública para descarregar ou carregar mercadorias. Mas o dispositivo legal (do Código de Trânsito), amplamente desrespeitado em Florianópolis, não é combatido porque nem Polícia Militar, nem Guarda Municipal, têm efetivo suficiente para fiscalizar tudo o que acontece nas ruas. E é exatamente por isso que motoristas de caminhões, carros-fortes, vans e outros continuam usando e abusando do recurso da “fila dupla” para complicar ainda mais a questão da mobilidade urbana.

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Isso sem falar dos motoristas que interrompem o trânsito na Avenida Mauro Ramos para desfrutar de uma merreca de vantagem no preço dos combustíveis, oferecida por um posto localizado naquela via. Aliás, quem toma conhecimento e adota providências quanto ao que acontece ali?

Sem “puxadinhos”

A prefeitura de Florianópolis está se movimentando para produzir imensas modificações na Operação Verão. Já foram realizadas reuniões sobre o projeto, que responde a exigências do Ministério Público. Uma das questões é relacionada à invasão de ambulantes, irregularidade que se repete todos os anos, durante a temporada e eventos como o Carnaval. Como diz um amigo da coluna, “chega de puxadinhos” em Florianópolis.

Militares

Dia especial para o Exército, amanhã, em Florianópolis: o 63º Batalhão de Infantaria vai comemorar 217 anos de criação e 91 anos de instalação na Capital. O evento será marcado com uma grande festa e formatura tradicional no quartel do Exército, localizado no Estreito desde a década de 1940. Antes, a unidade militar ficava no Campo de Manejo, onde está hoje o Instituto Estadual de Educação.

Violência

Cresce entre os empresários um sentimento de indignação com o pouco caso do governo do Estado em relação à violência que domina a Grande Florianópolis. Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) estão cobrando mais patrulhas nas ruas. O comércio, aliás, vem sendo duramente castigado pelas ações dos bandidos.

Calamidade – Pela quantidade de assaltos, sequestros e roubos na Grande Florianópolis, não está na hora de o governo do Estado decretar estado de calamidade pública e convocar a Força Nacional? Ou, quem sabe, os militares da reserva?

Solução – Policiais militares se aposentam, em geral, numa faixa de idade muito produtiva, pelo menos para pilotar as viaturas e garantir mais patrulhamento nas ruas.

Estaleiro – Requerimento para realização de uma audiência pública na Câmara da Capital, sobre o estaleiro da OSX, vai ser apresentado pelo vereador Ricardo Vieira (PCdoB) na sessão desta segunda-feira.

Buraco – Quando uma foto “fala” mais do que mil palavras: a imagem de ontem, de Washington Fidélis, na capa do Notícias do Dia, traduziu com dramaticidade o erro da empresa que lida com explosivos – e que não poderia ter falhado daquela forma.

Marginais – Aemflo e CDL-São José estão cobrando agilidade nas obras realizadas nas marginais da BR-101, mais especificamente próximo ao quilômetro 210.

Bom cinema – Para quem está cansado da programação comercial dos cinemas, a recomendação da coluna é “Um Doce Olhar”, sensível filme turco, premiado em Berlim. No Paradigma Cine Arte, hoje e amanhã, às 19h e 21h30.

Rendeira – Ontem foi Dia da Rendeira. Lei municipal, de autoria do vereador Edinon Manoel da Rosa (Dinho, PSB), foi aprovada em 2009, em homenagem a essa personagem típica de Florianópolis. Precisamos valorizar mais as nossas rendeiras.

Câmara de São José não teve quorum na quarta-feira. Apenas três dos 13 vereadores estavam no plenário: o presidente Amauri Valdemar da Silva (PTB), Neri Amaral (PMDB) e João do Ovo (PTB).

O presidente vai dar um puxão de orelha nos colegas do Legislativo.

5 comentários sobre “Coluna de hoje (22/10)

  1. Damião, Florianópolis não tem Plano Diretor de Transponte e nem de qualquer outra coisa. Quando muito, um Plano Office Boy…, com todo respeito que merece o pessoal que executa essa função.

  2. Damião, a escalada da violência na Grande Florianópolis tende a crescer em progresão geométrica, haja vista nossa polícia sequer aparecer nas ruas das cidades. Anos passados pelo menos se via policiais fazendo ronda, dando “geral” vez ou outra e hoje, quando precisa-se da polícia, levam 1 ou mais horas para o atendimento. Numa conversa recente com um colega, e que é, salvo engano, Capitão ou Major da PM, me disse que quando entrou na PM, 25 anos atrás, a policia tinha um efetivo de 12 ou 13 mil homens e hoje, passado 1/4 de século, possui o mesmo número no efetivo policial. Pergunto: Em 25 anos quanto a população cresceu, quanto a criminalidade cresceu (em elementos) e quanto o faturamento do Estado cresceu para poder investir proporcionalmente em nossa segurança, ficando a nossa polícia com o mesmo contingente.

  3. Carlos Damião.

    Sou morador da Rua Acelon Pacheco da Costa, no Itacorubi. Há três anos, escrevi na coluna do Paulo Alceu, publicada na Nota do Leitor, falando sobre os problemas para se atravessar a aquele trecho em determinados horários. Sugeri a colocação de uma rótula, uma lombada eletrônica ou até uma sinaleira, pois não é um problema apenas para os pedestres, mas também para os carros, que passam muito trabalho para atravessar, principalmente em horários trânsito mais intenso.

    Concordo contigo, em relação a alguns motoristas que passam a uma velocidade considerável, que no local é de 60 km/h. Existe um medidor de velocidade. Outro ponto, na minha opinião, era reduzir para 40 km/h, tendo em vista que na rua de trás, a Amaro Antônio Vieira, há uma escola.

    Espero que a prefeitura faça alguma coisa. Ouvi de uma vizinha que o Conselho Comunitário já fez reivindicações, mas até agora, nada foi feito. Torço para que sejamos atendidos.

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