Gregos e troianos

A turma não é fácil. No dia 20 de novembro, publicamos aqui uma mini-entrevista com o empresário Ernesto São Thiago, que fez considerações sobre o Estaleiro da OSX. Ernesto integrou o grupo que lutou pelo empreendimento. No fim de semana passado, cedemos espaço para o advogado Eduardo Lima, que apresentou as razões do Movimento em Defesa das Baías de Florianópolis. Tanto num, quanto noutro caso, a coluna foi malhada por leitores – através de e-mails, twitter e do blog – insatisfeitos com a publicação das entrevistas. Gente: jornalismo é uma via de mão dupla, tem que dar voz aos dois lados. Não adianta espernear. Ou, melhor, adianta, desde que se tenha uma atitude de respeito com o chamado contraditório.

Cidadania

João Manoel do Nascimento, advogado do Conselho Comunitário Pontal do Jurerê, observa que o Movimento em Defesa das Baías foi criado para “fazer frente à deturpação criminosa de pareceres técnicos; vários professores universitários e cientistas se uniram a este movimento”.

Sem licença

Só para constar: o estaleiro da OSX no Estado do Rio ainda não recebeu licença ambiental. O Ibama delegou ao Inea (Instituto do Ambiente do Rio de Janeiro) a responsabilidade legal para analisar a documentação necessária à autorização. Documento foi publicado no Diário Oficial da União, edição do dia 22 deste mês. Houve quem achasse, por aqui, que já estava tudo acertado no Rio de Janeiro para garantir o estaleiro.

Espaço zen

A área do heliponto, que chegou a ser tema de polêmicas, está se transformando num ótimo espaço zen para os florianopolitanos. No fim da tarde de sábado, muitas pessoas circularam pelo local para apreciar a natureza e o por-do-sol ou, simplesmente, namorar ou meditar.

Zoeira total

Uma zoeira de buzinas, sirenes e berros dominou a Avenida Beira-mar na tarde de sábado. Torcedores do Figueirense, que havia vencido o Paraná por 4 a 2, momentos antes, seguiam no sentido bairro. Motoristas que guiavam no rumo contrário tiveram que encarar o grande engarrafamento provocado pelas obras de revitalização asfáltica. Parte do barulho produzido era de euforia; outra parte, claro, de irritação.

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Interessante é o que diz a placa da obra quanto ao prazo: 360 dias. Um ano, ao custo de R$ 6 milhões! E mal começou.

Cinema polonês

De hoje até quinta – e sempre de segunda a quinta-feira, até 9 de dezembro –, o Paradigma Cine Arte promove o Festival de Cinema Polonês, com a exibição de nove filmes contemporâneos e um antigo (de 1980). Sessões às 19h30, sempre com entrada franca.

Cine BRDE

O Cineclube do BRDE apresenta amanhã o filme Valentin, produção argentina de 2002. A obra recupera parte do cenário da ditadura militar naquele país, contando a história de um menino que sonha em ser astronauta. A sessão é gratuita e começa às 19h.

Calma, gente

Se há algo difícil de entender é a cabeça dos motoristas de Florianópolis. Reclamavam da Avenida Beira-mar em péssimo estado de conservação; as obras foram contratadas e iniciadas; agora reclamam do estorvo que o trabalho causa, mesmo sendo realizado após as 19h. As pessoas nunca parecem satisfeitas.

Fumacê

A Câmara de Vereadores da Capital aprovou em 2009 uma das leis mais rigorosas contra o fumo em Santa Catarina. Pois acredite, leitor, há funcionários do Legislativo que mantêm o hábito de fumar no interior do prédio, contrariando uma lei produzida pela própria Casa! Tem gente que não se toca mesmo.

O Belo

Milton Luiz Valente é mais um que se junta às homenagens a Carlos Humberto Pederneiras Corrêa, falecido na semana passada. “Tendo sido professor de Desenho Geométrico no curso de Artes da Udesc praticamente desde seu início tínhamos lá uma disciplina denominada Estética e História da Arte e seu professor, Carlos Humberto Corrêa, procurava, paralelamente, transmitir a história das artes em geral e explicar a beleza das Artes… Daí seus alunos o chamarem de ‘O Belo'”.

Mestres

Ainda de Milton Luiz Valente: “Você que é um manezinho poderia ressaltar, para que os jovens tenham conhecimento, a importância de grandes mestres, em várias áreas, que tivemos no século passado, dentre os quais: Aníbal Nunes Pires, Pedro Bosco, Dimas Rosa, João Batista Luft, Valdir Busch (entre outros) que eram da mesma geração do nunca esquecido Franklin Cascaes”. Feito o registro, professor.

Seminário

O Pré-sal e o Desenvolvimento Regional é o tema do seminário que acontece hoje, na Assembleia Legislativa, numa promoção do Grupo RIC e Notícias do Dia. Evento tem o apoio da Petrobras e suas inscrições gratuitas podem ser realizadas no próprio local, a partir das 8h30. Mais informações no http://www.ric.com.br/presal.

Outra visão

O que acontece no Rio de Janeiro pode ser acompanhado no twitter @vozdacomunidade, que é atualizado por um grupo de jovens residentes no Complexo do Alemão. As informações, bem diferenciadas do que a mídia divulga, não cessam, inclusive durante a madrugada.

Tabu

A legalização de algumas drogas, que seria um caminho para acabar com a criminalidade, foi um dos assuntos mais debatidos no twitter durante o fim de semana. Profissionais e estudiosos de diversas especialidades comentaram esse assunto, tão tabu quanto o aborto e a união civil homossexual.

Hora de reagir

O corajoso editorial do Notícias do Dia, publicado na página 3 da edição do fim de semana, reforça a campanha que o próprio Grupo RIC havia lançado em maio deste ano, alertando para a violência retroalimentada pelo consumo de drogas. Ao conclamar uma mobilização social contra o uso de drogas, e consequentemente contra a escalada da criminalidade, o ND expressa o sentimento unânime da sociedade. É preciso reagir, antes que seja tarde demais.

4 comentários sobre “Gregos e troianos

  1. Damião, quanto ao “..agora reclamam do estorvo que o trabalho causa, mesmo sendo realizado após as 19h”. De segunda a quinta-feira, tudo bem! Mas numa sexta-feira – já em época turística, por sinal – às 23h, fecharam a Beiramar para a tal revitalização asfáltica. Poxa, a fila foi da tal “Casa d’Agronômica” até a Gama D’Eça. E não só pela Beiramar! Quem tentou fugir pela rua de dentro pegou uma fila ainda pior. Não é preciso ser gênio para saber que naquela hora todo mundo sai de casa, seja para ir para a casa de praia ou para algum bar na Lagoa ou em Santo Antônio. É muita falta de sensibilidade.

  2. Damião, com “todas as venias” (ministros do STF), até parece que voce não conhece o comportamento de nossa gente (nota Gregos e Troianos). Beto já dizia, há bem mais de 20 anos, que “aqui é dificil agradar gregos, troianos e florianopolitanos”.

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