Coluna de 25 de fevereiro

Insegurança

A insegurança pública em Santa Catarina dominou os debates ontem na Assembleia Legislativa, onde a maioria parlamentar é alinhada com o governo. E o que o governo tem feito para garantir a paz social nas grandes e médias cidades do Estado?

A vida como ela é

Na noite de terça–feira, após um compromisso social, fui convidado pelo repórter Fabrício Corrêa (RIC/Guarujá) para uma excursão motorizada pelo centro histórico de Florianópolis. Nosso objetivo: ver, como diria Nelson Rodrigues, “a vida como ela é”.

Começamos observando a Praça 15 de Novembro, que passou sua primeira noite sem a presença de dezenas de moradores de rua, expulsos na manhã daquele dia por uma força-tarefa da prefeitura e Polícia Militar. No interior do espaço público, apenas trabalhadores da Comcap, ainda removendo o lixo acumulado durante meses.

Visualizamos a Rua Victor Meirelles, tomada por consumidores de crack, sentados na calçada próxima ao museu e ao Procon. Depois, descemos a Saldanha Marinho, onde os viciados costumam ocupar as escadas de um prédio executivo. Voltando à Rua Victor Meirelles, passamos em frente a uma casa abandonada, invadida pelos “craqueiros”. Vimos alguns deles espalhados por outras vias do Centro, grande parte se escondendo à medida que avançávamos de automóvel.

A razão

Nossa circulada pela região demorou mais de uma hora. E serviu para confirmar aquilo que a sociedade florianopolitana está careca de saber: esse lado sinistro da cidade existe por absoluta ausência do Estado. Não havia sequer uma viatura da PM circulando na noite, nem no início da madrugada de ontem.

Bolsinhas

Ainda sobre a incursão noturna pela cidade sinistra, constatamos que também não há a presença do Estado na Avenida Hercílio Luz, um dos lugares revitalizados pela atual administração municipal, mas que reúne um bom número de “malas” durante a noite, inclusive uma dezena de travestis que rodam suas bolsinhas e exibem suas nádegas e peitos siliconados até o amanhecer.

Logística

A comitiva catarinense liderada pelo prefeito de Florianópolis, Dário Berger – que participa da Conferência Internacional sobre Design Urbano, em Seoul (Coreia) – foi convidada para participar de uma reunião com executivos da Hyundai para conhecer o ônibus que será usado na Copa da África do Sul, pois Florianópolis atuará como Centro de Inteligência Logística do campeonato mundial de futebol no Brasil, em 2014.

Inovação

No encerramento da conferência, ontem, Dário Berger assinou a declaração de Seoul juntamente com os prefeitos das cidades de 15 países que participaram do evento. Vale ressaltar que Florianópolis foi apresentada no Congresso como a Capital da Inovação da América do Sul.

Encanto tijucano

Será lançado amanhã, no Casarão Gallotti (Tijucas) o livro “Tijucas de Todos os Encantos”, antologia com textos alusivos ao município da Grande Florianópolis que comemora 150 anos de fundação do dia 13 de junho deste ano. A obra foi editada pela Associação dos Escritores dos Municípios da Grande Florianópolis, com apoio da prefeitura e sob a coordenação de Miguel João Simão.

Prioridade

A escolha de Florianópolis para enredo da Beija-flor em 2011 vai depender de amplas discussões com a sociedade, governos federal e estadual e iniciativa privada. Essa é a determinação do prefeito em exercício, João Batista Nunes, que foi ao Rio cumprir uma agenda que já estava programada – a visita à Cidade do Samba e à escola que pretende levar a capital catarinense à Sapucaí.

Idade da pedra

Vê se pode: faltou energia na noite de terça-feira em grande parte de Florianópolis, inclusive no Terminal Integrado da Trindade. Como o Titri não tem gerador, nem no break, os passageiros foram obrigados a entrar num ônibus atravessado na pista para passar o cartão magnético (Passe-Rápido) e, só então, ingressar no terminal e nos coletivos de destino.

Cadê o Samuca

O povo quer saber: quais são as providências judiciais adotadas contra o especulador Samuel Pinheiro da Costa (Samuca), cujo escritório – a THS Financeira – lesou centenas de pessoas em Florianópolis? Há mais envolvidos na falcatrua? Como os prejudicados poderão recuperar seus investimentos? O caso aconteceu há exatos dois anos.

Almoço das Estrelas

A Confraria do Almoço das Estrelas reinicia suas atividades nesta sexta–feira, impreterivelmente às 12h11 (horário normal de inverno), no Restaurante Petit Suisse (sob nova direção), Praia Brava. O homenageado será Fernando Carvalho, juiz de direito aposentado e ex-atleta de futsal. “Será um Grand Openning, nas Águas de Março fechando o verão”, garante do comendador-mor Roberto Laus.

Guerreiras – Duas mulheres do mundo da comunicação recebem a Medalha Antonieta de Barros, concedida pela Câmara de Florianópolis: a colunista Luiza Gutierrez (Notícias do Dia) e a empresária Sílvia Hoepcke da Silva (Grupo Hoepcke de Rádios).

O dia – As medalhas serão entregues em solenidade especial, em 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

Túnel – Em Itajaí, o dilema ponte x túnel parece superado naquele município, com respeito à ligação rodoviária para Navegantes. Estudos técnicos indicaram ao prefeito Jandir Bellini que a alternativa do túnel é técnica e financeiramente mais viável.

Atrás das grades – Ganha força em Florianópolis a ideia de fechamento das praças à noite, para evitar a invasão de criminosos e desocupados. O prefeito em exercício, João Batista Nunes, está consultando lideranças comunitárias e outras autoridades a respeito do assunto.

8 comentários sobre “Coluna de 25 de fevereiro

  1. Florianópolis atuará como Centro de Inteligência Logística do campeonato mundial de futebol no Brasil, em 2014????????? Só pode ser piada. Não conseguem arrumar nem a logística do trânsito da capital, vão trabalhar na Copa?

  2. Sobre a segurança pública no estado e o afastamento do policial que ousou falar a verdade em Paulo Lopes:

    O policial ousou falar a verdade e contrariar as mentiradas ditas pelo Governador LHS e pelo secretário de (in)segurança. Ousou dizer à vítima que a polícia está uma desgraça, que falta gente, há carência de equipamentos e viaturas. Teve a petulância de dizer a verdade. Se tivesse mentido e dito à vítima que tudo seria investigado, ou se tivesse ficado calado, estaria tudo tranquilo. Continuaria com seu emprego, com a sua comissão, e tudo seguiria seu curso normal, dentro da gaveta.

    Claro que ele não precisava ter dito que o B.O. seria engavetado neh. Podemos dizer a verdade de uma forma mais sutil. Mas dizer sempre a verdade. O agente público tem compromisso com a verdade. No fundo, a vítima já sabia que nada seria feito. Todos sabem. Ou alguém acredita que a polícia tem efetivo suficiente para sair por aí atrás de ladrãozinho? Não tem efetivo nem pra pescar os peixes grandes, que estão na vitrine todos os dias, vão conseguir pegar os malandros de pouco peso?

    Enfim, o tal comissário, Odair, que respondia pela Delegacia, já que não havia delegado titular na unidade (só pra ter noção do descaso do governo com a segurança pública), foi afastado. Será aberta uma sindicância para apurar os fatos. Não vai dar em nada. Primeiro pq se eles quisessem mesmo investigar alguma coisa, abririam um processo administrativo disciplinar, já que o autor é conhecido e o ato cometido configura infração disciplinar (interpretação do depoimento do Diretor de Polícia da Grande Florianópolis). Segundo: o policial falou a mais pura verdade.

    O comissário foi afastado, outro será empossado como seu substituto. E os Boletins continuarão sendo engavetados. Não vi ninguém dizer que o efetivo será ampliado, ou que as condições da delegacia de Paulo Lopes (ou de qualquer outra) serão melhoradas. Só ouvi gente dizendo que o policial será punido. E é assim que este governo resolve as situações: cala a boca do denunciante e mantém o problema ali, latente, da mesma forma que estava antes da denúncia.

    E assim seguimos, sem policiais, sem delegados, e envolvidos até o nariz com as mentiras do governo sobre a segurança pública. Bem disse o Sargento Soares que o governo mente. Disse na tribuna, com todas as letras, sem dó ou piedade. Santa Catarina não tem o efetivo que eles (LHS, Secretário e outros) anunciam, nem para cobrir o carnaval, nem para cobrir qualquer coisa. A carência é grande.

    Mas agora os policiais já sabem: falar a verdade, jamais. É proibido. Contrariar o rei e seus príncipes é proibido. Custa o cargo, o emprego. Melhor viver no “faz de conta”. A polícia “faz de conta que tem condições de trabalhar e oferecer segurança para a população” e nós “fazemos de conta que acreditamos nas balelas de LHS e sua turma, e que estamos muito seguros, já que SC é a Europa brasileira”.

    1. Obrigado pelas palavras, realmente, no Brasil não se pode falar a verdade, no meu caso é que estava a mais de quatro anos mentindo para a população e naqueles dias há mais de cinco meses sem escrivaão, todos os procedimentos engavetados por que o Delegado de Garopaba Ricardo Saroldi, responsável pelos mesmos, ignorava-os, surtei em forma de desabavo, stressado com toda a situação.

  3. Vão cercar as praças? Mas isso não é o equivalente a tirar o sofá da sala, como naquela velha piada?

  4. Caraghlio, que idéia geniaaaaal essa de fechar as praças.
    As 18:00 horas a guarda-municipal passa colocando enormes cadeados nos inmensos portões de ferro, e os moribundo não tendo como adentrar para dormir e fazer suas necessidades, retornarão para suas cidades, e não perambularão mais pelo centro de Florianópolis.
    Como alguém não haviam pessando numa idéia assim tão simples e barata?

  5. Damião!

    Querer fechar a Praça XV fpoi uma das ideias mais absurdas , das muitas,que eu já ouvi nos últimos anos, por parte destes que demonstram não ter a mínima condição de administrar a cidade. Ora, se a praça estiver fechada é claro que essas pobres pessoas que as usavam como dormitório e casa, irão para outros lugares públicos. Estão mais uma vez empurrando o problema com a barriga. Daqui a pouco vão cercar os terminais, a rodoviária, a entrada da ponte, e o problema continuará lá do mesmo jeito. A prefeitura, que dizem que possui um departamento de Assistência Social, que pelo jeito nunca funciona precisa é fazer um projeto sério e menos politiqueiro para revitalizar nossa cidade, ~e não estamos falando aqui somente das praças.. Não basta simplesmente jogar essas pessoas para fora das praças como se fossem apenas um monte de lixo. Com certeza, se existir um pouquinho mais de vontade política existem plenas condições de fazer um trabalho com essas pessoas e diminuir, e bastante o número de mendigos, viciados e marginais que rondam as ruas da cidade durante o dia e a noite. O que falta muitas vezes para essas pobres pessoas é uma única oportunidade. São pessoas que vivem à margem da sociedade, que os discrimina e os vê, a todos, como se fossem bandidos. Temos que ter a consciência que muitas daquelas pessoas estão ali porque não têm outra o opção. Isso é verdade. Já conversei com muitas delas e constatei que a frustração e o descaso por parte do Estado, o qual deveria dar assistência a essas pessoas, é uma das muitas dificuldades que esses indivíduos sofrem por viverem excluídos no seu dia a dia. Ou alguém acha que eles estão ali porque querem ou poruqe gostam. Em ano de eleição nossos incompetentes administradores que querem mostrar serviço para seus eleitores e buscam nesses pobres coitados uma maneira de se manter na mídia e mostrar que estão trabalhando em prol daqueles que acreditam sejam os verdadeiros dcidadãos. Ora, essas pessoas estão no poder a décadas , e a cada ano que passa mostram a todos o seu diploma de incapacidade e incompetência no quesito administrar. A questão da violência social na grande Florianópolis não passa simplesmente pelo fechamento de uma Praça e sem por uma discussão que envolve toda a sociedade, e em especial, esses pobres moradores de ruas, que nós mesmos os condenamos, mesmo antes de lhes dar uma oportunidade para que póssam mudar e quem sabe terem direito a uma vida digna, e assim poder usufruir das “belas” palavras que estão escritas em nossa Constituição: “Todos são iguais perante a sem distinção de raça, cor, religião….. todos têm direito à saúde, escola, moradia, lazer, enfim…. etc.etc.etc. Na verdade isso tudo só funciona no papel, por isso podemos chamar esses pobres coitados, segundo Dimenstein. de “CIDADÃO DE PAPEL”. Eu sei que muitos vão me condenar por defender essas pessoas; vão dizer que são bandidos, não têm mais jeito, tem que matar, tem que prender, tem que mandar embora da cidade. No País como o Brasil, no qual a justiça na maioria das vezes prima pela impunidade, beneficiando aqueles que deveriam dar o exemplo para a população, berneficiando os mais abastados; não podemos simplesmente sair atirando pedras naqueles que muitas vezes não tiveram sequer a oportunidade de terem um Pai e uma Mãe, uma família para lhes dar o mínimo suporte. Seria muita hipocresia de nossa parte acreditar que o fechamento da Praça XV seria a chave para acabar com a invasão de moradores de rua na grande Florianópolis. Pensam dessa forma aqueles que não possuem nenhuma condição de adminstrar uma cidade tão bonita como Florianópolis. Que entreguem a chave da cidade para pessoas competentes, que possam, antes que seja tarde demais, ainda conseguir fazer algo de bom para o cidadão florianopolitano.

  6. Caraghlio, aposto que essa maaaaaraaaaviiiiilhosa idéia de fechar as praças, o vice aprendeu naquele seminário com o ex-prefeiro de New York Rudolf Julianni.
    Como alguém não havia pensado numa idéia assim antes?

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